O que fazemos tem um nome: Relações Públicas
Publicado Mai 29, 2023 Jornal Eco
Nunca entendi a expressão “Agência de Comunicação”. O que fazem a Havas, a Fullsix ou a This is Pacifica? Comunicação, pois claro. Talvez tenha sido uma importação da vizinha Espanha (comunicación y relaciones publicas) ou, quem sabe, uma forma de evitar as comparações com os “relações públicas” das discotecas, que, nas décadas de 80 e 90, eram sinónimo da expressão. Pode até ter sido uma simplificação usada pelos precursores da atividade em Portugal, mas, entretanto, passaram algumas décadas e cristalizou uma expressão que diz tudo e nada ao mesmo tempo.
Vem esta viagem ao passado a propósito do futuro da atividade. Nunca acreditei nos profetas que nos imaginaram a perder importância, fosse pela crise do jornalismo ou pela ascensão (em alguns casos seguida de declínio) de outras disciplinas. Aliás, a crise é, por definição, um território de afirmação da importância das relações públicas. Quer a crise conjuntural (muitas agências cresceram, por exemplo, durante o período de assistência financeira em Portugal), quer as crises empresariais, em que melhor se percebe o impacto da gestão da comunicação em contexto de potencial vulnerabilidade para a reputação da marca.
A questão é que, por vezes, somos vistos unicamente como uma ferramenta tática de apoio ao negócio, tendo que “disputar” budget com áreas da comunicação com grande capacidade de previsibilidade em relação ao output e com KPI’s mais precisos e fiáveis. E isso minimiza a importância e o impacto que podemos aportar à comunicação.
Mas o que é que tudo isto tem a ver com a expressão agências de comunicação? É mais ou menos como a própria expressão: tudo e nada! A minha reflexão não se resume exclusivamente à qualificação, mas à forma como nos valorizamos enquanto indústria e enquanto profissionais. Sinto falta de uma associação profissional, tal como a APPM (Associação Portuguesa de Profissionais de Marketing) ou o CCP (Clube da Criatividade de Portugal), que una e valorize os seus intérpretes. Que junte profissionais de relações públicas, assessores de imprensa e diretores de comunicação. Que inclua os recém-licenciados, estagiários, até aos consagrados.
Precisamos de um espaço que estimule o orgulho de pertença, que promova a discussão e que inspire com pensamento diferenciado de profissionais nacionais e convidados estrangeiros.
Eu acredito que todos ganharíamos se os profissionais desta indústria se reconhecessem sem o filtro de serem concorrentes da agência “A” ou “B”. Do meu ponto de vista um dos maiores sinais de vitalidade das relações públicas em Portugal é termos crescido e amadurecido sem termos sentido a necessidade de criar este espaço, mas seria enriquecedor conhecer os intérpretes do passado e do presente: saber quem foi Martins Lampreia, distinguir o papel do Luís Paixão Martins na afirmação das relações públicas em Portugal e ouvir a Nádia Reis do Continente, o Rui Cabrita da EDP, o Diogo Sousa da Galp, entre outros responsáveis de comunicação e relações públicas de empresas e marcas de grande visibilidade.
Nunca seremos uma disciplina exuberante e esse é, paradoxalmente, um dos maiores ativos das Relações Públicas. Trabalhamos para o protagonismo de terceiros, para o sucesso mediático das suas narrativas, por isso seria enriquecedor partilharmos experiências e estimularmos o orgulho numa profissão que a maioria tem dificuldade em explicar à família em que consiste. Podemos começar pelo nome: Relações Públicas.
Outras conclusões importantes:
44% dos inquiridos acreditam que os clientes/organizações têm conhecimentos incorretos ou mal informados sobre as alterações climáticas;
57% dos inquiridos acreditam que a sua organização não está a fazer o suficiente para enfrentar a crise climática;
25% dos inquiridos sofreram tentativas de greenwashing por parte de clientes/patrões;
20% dos inquiridos já tiveram clientes/patrões que não acreditam na crise climática em geral;
72% estão a aconselhar mais frequentemente sobre questões relacionadas com a crise climática em comparação com o ano anterior, enquanto apenas 6% o fazem com menor frequência;
53% dos inquiridos iniciaram discussões no trabalho relacionadas com a crise climática;
40% dos inquiridos participaram em ações de formação no local de trabalho relacionadas com a crise climática no último ano;
41% seguiram peritos/ativistas em matéria de clima para obterem mais formação.
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